Avançar para o conteúdo principal

Deixa-te estar

Andei à deriva pelos momentos já vividos, comparando as pessoas, olhando os sítios como se ainda estivesse na mesma altura e nas mesmas circunstâncias.
Não é assim.
Por diversos motivos, mas principalmente, por sucessões de tentativas falhadas, por esforços em vão, deixamos de ser os seres do costume. Que oferece um beijo, sem saber se é desejado. Que abdica do próprio tempo a sós por uma companhia.
Estamos diferentes.
Ontem eu gostava de saber o que é que ainda há a dizer.
Hoje eu prefiro ficar onde estou, esperando por um dia, que te encontre e te saiba dizer pelas palavras exatas o que ainda não te disse. Deixei muita coisa a dizer. Talvez um dia, eu saiba escolher as palavras certas, enfrente os meus medos e vá ao teu encontro. Para te dizer aquilo que eu sei hoje, e que permanecerá até ao dia. Em que te encontre.
Não espero afincadamente que haja esse dia, mas aprecio a ideia de um, talvez sim.
Ontem eu adorava saber que ainda me podia consolar com as mensagens que me enviadas, nem que apenas contivessem 3 dígitos. Um olá, um como estás, consolavam-me como eu hoje, não encontro qualquer outro conforto igual.
Não sinto necessidade, de colocar outro alguém na minha vida, só porque sim. Não sinto qualquer tipo de obrigação de provar a mim mesma que me esqueci de todos os "ontens" passados a encostar-me aos teus ombros. Com gosto, o fazia. Eram nos teus ombros.
Ainda fico a remoer, ainda sei que por mais que o tempo passe, o teu lugarzinho, será o idêntico ao dos dias de hoje. Vou gostar sempre de ti, igual a ontem e a hoje.
Quero te dizer que independentemente de deixares crescer a barba, de mudares de penteado, de mudares o teu visual, quando o tal dia chegar, espero encontrar em ti a pessoa que conheço. E que me encontre.
Vou ser feliz como disseste que gostarias que fosse, contigo ou sem ti. Vou permanecer a ridícula habitual, que conheces, e sabes? Acho que nunca vou mudar.
Poderia ter sido diferente... só que não foi.
Hoje, estou cansada.
A vida não é isto.
Não é só isto.
E se for, acordem-me porque não a estarei a desfrutar ao máximo.
A toda a hora vamos aprendendo que a vida não é uma única coisa.
É uma mistura de tudo o que nos faz bem, que se atropela com aquilo que nos faz mal.
Não porque sim, ou porque não.
É uma balança, que por incrível que pareça, pesa mais o lado negativo que o positivo.
Somos negativos até para calçar os sapatos porque sabemos que antes de os calçar vamos ter que os desatar e voltar a atar.
Somos complicados.
Somos insatisfeitos.
Gostaria de visar que, até quando o ontem for péssimo. Haverá outro amanhã.
Só não te fies sempre nisso. Amanhã pode já ser tarde demais para aquilo que sabes que tens que dizer hoje.
Estou a pensar que por mais que eu tente ser a melhor pessoa, por mais que me esforce até à última, vou continuar a falhar em pequeníssimas coisas. Vou saber que ainda serei capaz de ser melhor e de fazer melhor. Nunca seremos perfeitos. Nunca haverá pessoas certas. Haverá pessoas que se esforcem para que seja uma vivência certa, ao lado de quem gostam.
E por enquanto, vai-se vivendo.
E até quando eu achar que o sol brilhará amanhã, vou deixar-me estar.
Sol ou chuva. O dia corre. As oportunidades passam. O dia escurece. E a vida atropela-nos com mais um dia e outro, e outro, e outro...
Deixa-te estar.
Aí.
(Onde quer que estejas)
Até ao dia...

Comentários

Enviar um comentário

Mensagens populares deste blogue

Aguardo pelos reencontros

Estou aterrorizada quando devia estar sossegada envolvida nos pensamentos. Vi os seres mais importantes da construção da minha pessoa partir em busca de mais sabedoria, um futuro melhor, um emprego naquilo que gostam. Estou muito feliz por eles. Por mim não estou nada, porque fiquei. A vê-los. Através de fotos. Em mensagens que troco com poucos, mas fundamentais. Aqueles que eu não me importo nada de ver e rever, lembrar e relembrar. Os melhores que a vida me deu. Espero também lhes ter dado muito.  A cada dia que passa, acho que já perco quem está quanto mais quem anda por lá. Por lá, nas asas da Faculdade. Tenho plena noção que sou um ser melancólico e sentimentalista para pensar e escrever sobre isto. Ainda não sei bem porquê, vivo intensamente as coisas, todos os momentos, todos os dias. Custa-me imenso já não me cruzar com eles no intervalo do Secundário.  Fiquei para trás por burrice, e ainda hoje não sou capaz de aceitar esse contratempo. Pago muito caro hoje por isso:

Ao pôr do sol

Não me despedi, nem quis fazê-lo. Não consegui, nem o farei. Serão aqueles adeus que parecerão uma despedida, mas serão um até já. Inconsoláveis, mas o que tem de ser, é... Já não serei a rapariga, namorada babada, que tu levarás a casa depois de um jantar romântico.. Porque se ainda fizer parte do teu coração, de certeza que não é no lugar cativo, com vista para o mar, e com todo o amor para dar. Tenho pena, mas só quero que sejas feliz. Dá-lhe um abraço quando ela parecer magoada ou estranha, sente-se triste e vai precisar da tua companhia, só tua, porque te adora. Estende-lhe a mão, quando quiser andar pelo passeio sem cair. Vai sentir que estás lá para ela. Dá-lhe segurança. Estabilidade. Amor. Carinho. Recebe-a de braços abertos quando te quiser abraçar. A ti.  Ouve-a. Não te esqueças, nunca do aniversário dela, felicita-a. Dá-lhe os segundos necessários para querer-te para sempre.  Entendo que há segundos mais inesquecíveis que outros, e de todos eles, os que ficarão