Avançar para o conteúdo principal

Mensagens

Nas asas da incerteza

Miraculosamente, deixe-me ir. Mudei a rota e acho que nunca tinha encontrado um caminho tão certo como este. Despedi-me de todos os sítios por onde passámos e despedi-me de ti. Calculei as distâncias antes das paragens e cheguei à conclusão que era diariamente a minha trajectória diária. Passar por ti, nos sítios onde fomos felizes. Deixei de tomar café pela manhã, deixei de frequentar os cafés da zona. Mudei de cidade, encontrei pessoas novas. Mudei por necessidade de sair de mim e da prisão onde estava. Ainda oiço música pela manhã e depois do almoço. Ainda escolho o banco vazio da ponta para que não haja confusão na saída e para que ninguém repare na minha ausência. São das poucas coisas que não mudaram. Encontrei tantos estranhos que me perdi mas não pude voltar atrás. Mudou maioritariamente as pessoas com quem converso, com quem partilho momentos... Embora ainda haja pessoas que eu visito de propósito, porque a sua companhia é indispensável. Deixei de ser ingénua ao ponto de a
Mensagens recentes

Sonhos inacabados

Regressei à idade dos "porquês" porque não consigo entender... Tenho 60 anos e acho que estou a entrar em decadência... A idade não perdoa mas há coisas que eu própria, não consigo perdoar. Estou desiludida com a vida e sei que a vida está desiludida comigo. Falhei... Fui deixando sonhos para trás, fui escolhendo as coisas à medida que os problemas iam aparecendo, e mal ou bem, iam-se resolvendo, até perceber que hoje, não me sinto realizada com a vida que tenho. O meu marido acha que eu já não preciso da atenção, da preocupação dele, deixa-me sozinha vezes sem conta. Acha que eu fico sempre bem porque lhe transpareço isso, mas custa-me imenso fingir que está tudo bem quando não está, quando sinto que não está... Reencontrei o meu namorado da juventude e não gostou que isso tivesse acontecido. Porquê? Há tanta coisa que recordei e que me voltei a rir. Há tanta parte dele que guarda as minhas gargalhadas nos olhos, beijos que ficam na memória e eu acho que o melhor de tudo

Nunca te habitues a estar triste

Desisti dos desabafos tardios, dos matinais e dos monótonos. Desisti. As palavras mornas esfriam na duração que a mensagem leva até chegar ao ouvinte. Ouvir... Ouvir dói tanto que às vezes as palavras fogem, a boca congela, e o coração esmorece... Porque quem se dirige a nós é mais importante do que uma resposta. Fria, que seria... Não preciso de insistências pelos meus desabafos, preciso de conforto sem precisar de falar. Às vezes acho que nem os meus joelhos me conseguem suportar. Que o único suporte para me manter forte é chorar nos tempos mortos e rir para os vivos. Acho que se preocupam comigo mas não queria ser só eu a achar, queria saber, queria saber que não irão desistir de mim porque eu acho que não irão, mas lá está, sou só eu que acho, não está ninguém a pegar na minha mão e a levar me para ser feliz. Sei que já não vou para nova, estou a desagregar-me do amor. Tenho espírito jovem mas sei que já não sou nova para andar à procura do amor. Nem se deve procurar o amor. Ama

Aguardo pelos reencontros

Estou aterrorizada quando devia estar sossegada envolvida nos pensamentos. Vi os seres mais importantes da construção da minha pessoa partir em busca de mais sabedoria, um futuro melhor, um emprego naquilo que gostam. Estou muito feliz por eles. Por mim não estou nada, porque fiquei. A vê-los. Através de fotos. Em mensagens que troco com poucos, mas fundamentais. Aqueles que eu não me importo nada de ver e rever, lembrar e relembrar. Os melhores que a vida me deu. Espero também lhes ter dado muito.  A cada dia que passa, acho que já perco quem está quanto mais quem anda por lá. Por lá, nas asas da Faculdade. Tenho plena noção que sou um ser melancólico e sentimentalista para pensar e escrever sobre isto. Ainda não sei bem porquê, vivo intensamente as coisas, todos os momentos, todos os dias. Custa-me imenso já não me cruzar com eles no intervalo do Secundário.  Fiquei para trás por burrice, e ainda hoje não sou capaz de aceitar esse contratempo. Pago muito caro hoje por isso:

Noite fria, num coração frio

Casa cheia, alma vazia. Mudanças em casa, alterações no coração. Cabeça orientada, coração descoordenado. De regresso aos jantares sozinha, onde a companhia é uma boa dose de pensamentos e a sobremesa uma taça de dúvidas. Questões são o prato principal. Haverão dias em que precisaremos de nós mais do que nos outros. E dos outros. Sem querer desprezar aqueles que mais gostamos, há dias em que precisamos de gostar de nós também.. É necessário entender que há porquês que não se entendem quando são explicados. Há outros que não nos precisam de explicar para que os entendamos, porque antes de nos explicarem, nós já entendemos o que havia para entender. À nossa maneira. Sei de corpo e coração que deva arriscar, mesmo que falhe, mas também sei que penso demais que não devo arriscar. Correr riscos quando, o risco maior está no nosso coração, é doloroso... Já perdi a conta às vezes que limpei os riscos, consertei os estragos e ficou tudo na mesma.. Não quero mais isso. Não é vida para ning

Ao pôr do sol

Não me despedi, nem quis fazê-lo. Não consegui, nem o farei. Serão aqueles adeus que parecerão uma despedida, mas serão um até já. Inconsoláveis, mas o que tem de ser, é... Já não serei a rapariga, namorada babada, que tu levarás a casa depois de um jantar romântico.. Porque se ainda fizer parte do teu coração, de certeza que não é no lugar cativo, com vista para o mar, e com todo o amor para dar. Tenho pena, mas só quero que sejas feliz. Dá-lhe um abraço quando ela parecer magoada ou estranha, sente-se triste e vai precisar da tua companhia, só tua, porque te adora. Estende-lhe a mão, quando quiser andar pelo passeio sem cair. Vai sentir que estás lá para ela. Dá-lhe segurança. Estabilidade. Amor. Carinho. Recebe-a de braços abertos quando te quiser abraçar. A ti.  Ouve-a. Não te esqueças, nunca do aniversário dela, felicita-a. Dá-lhe os segundos necessários para querer-te para sempre.  Entendo que há segundos mais inesquecíveis que outros, e de todos eles, os que ficarão

Contos de Fadas

Outrora os clássicos contos de fadas, espero que tenham noção que todos vivemos um. Intenso, poderoso, arrebatador. Vivemos um na medida do possível, na medida que deixarmos viver. Inteiramente e inteiro, como deve ser. Sem o fim à vista.   Já não sei onde estás, nem com quem estás, mas só espero que estejas bem. Não sei se algum dia existirá palavra para descrever a dor da indiferença de alguém que queremos bem. Bem e perto. Mas nem de perto nem de longe, está.  Mantive horas e horas a debater-me sobre os meus erros ou sobre a imensidão de outros que poderia ter cometido em vez daqueles que, na verdade cometi. Ainda assim, não foi um erro. Foi o melhor de mim. O certo às vezes é tão errado, que erramos. Só que fiz o certo e falhei. Parece sempre tudo tão certo quando a felicidade abana os cobertores que nos cobrem. Cobrem dois corações que sabem que o amor é tudo. Mas há falta, dele. Do carinho, da felicidade constante que acaba num instante. Porque é relativo como o tempo... Aque